Opinião: Ao invés de somente culpar o Islã ou o colonialismo do Ocidente, sociedades muçulmanas deveriam praticar uma crítica auto-reflexão e desmantelar o “Estado ulemá” para verdadeiramente abordar os problemas políticos e socioeconômicos, escreve Ahmet T. Kuru - diretor do Centro de Estudos Islâmicos e Árabes e ex-professor de Ciência Política na San Diego State University.
Tag: Ciência Política
Que o Brasil não se torne outra Síria. Relatos de um residente brasileiro: “Ainda dá tempo de não derramar o leite, e ter que chorar depois por não ter evitado tal estrago”
Mesmo vivendo fora do Brasil há 17 anos, nunca deixei de acompanhar o contexto sócio-político brasileiro. Nesses anos que estou fora do meu país por escolha pessoal de vida missionária, tive a oportunidade de conhecer mais de 25 países de quatro continentes e de viver em vários lugares muito diferentes uns dos outros (como nos EUA, países da Europa e, sobretudo, do Oriente Médio). O que vou tentar escrever sobre os fatos ocorridos em Brasília no dia 08/01/2023 é uma opinião pessoal e respeito quem pensa em modo diferente. Não vou tratar de política partidária, mas simplesmente sublinhar a importância do diálogo para sanar as muitas feridas que foram abertas nestes últimos anos no Brasil. Ao final desta breve análise apresento uma síntese sobre a trágica situação atual da Síria depois de 12 anos de guerra, enfatizando que no Brasil ainda há tempo de se evitar o pior.
Fé na democracia. Estado dique, liberalismo político e pós-capitalismo – breve análise política no contexto eleitoral brasileiro de 2022
As tentativas no Brasil de desestabilizar a normalidade democrático-eleitoral antes, durante e depois do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, pela estratégia de desmoralização da credibilidade técnica das urnas eletrônicas, pelos acampamentos contra a legalidade articulados nacionalmente na frente de quarteis, pelo terrorismo dos bloqueios praticado nas rodovias nacionais, mostram que a expressão “Estado Democrático de Direito” emerge como relevante, indicando ser expressão descritivo-normativa, socialmente protetora das liberdades constitucionais e não mera abstração conceitual para fins de cognição restrita ao âmbito acadêmico. No presente artigo queremos revisitar algumas caracterizações clássicas sobre Estado no contexto da tensão eleitoral no Brasil de 2022 partindo da hipótese segundo a qual liberalismo político e igualdade social não são posições práticas contraditórias, mas que podem ser interpretadas e praticadas como posições coletivas colaborativas e complementares. A questão, mesmo sendo antiga, emerge como urgente no contexto eleitoral brasileiro de 2022, de ameaça à legalidade eleitoral, sendo assim um artigo mais sobre a relevância e nuances atuais de um antigo e sempre novo tema, do que sobre o tema prático-teórico em si clássico.
O céu que sustenta a terra e as comunidades locais e internacional
Quem é que sabe o que é o certo e o errado? Qual seria o governo certo? Qual seria a religião certa? A igreja certa? O partido certo? O comportamento certo? Quem teria o poder de definir o certo e o errado?
Por que a “teocracia” é um conceito falho em RI?
É hora de conversarmos sobre "teocracia". Este é um termo comumente usado que, por um lado, categoriza de forma eficiente os Estados que são liderados por autoridades religiosas, mas, por outro lado, representa erroneamente tanto a forma quanto a substância da política liderada pela religião em todo o mundo.
