Debates

Bento XVI e os Desafios de um Pontificado em Tempos de Turbulência

O papado de Bento XVI foi marcado por escândalos sexuais, questões diplomáticas e busca pelo diálogo inter-religioso. Enfrentou controvérsias, como a revogação de excomunhões e comentários sobre AIDS, enquanto implementou medidas contra abusos e reformou a gestão financeira do Vaticano. Sua renúncia em 2013 foi vista como um reconhecimento de limites.

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João Paulo II: O Papa por sobre os muros

João Paulo II surge como figura decisiva da Guerra Fria, unindo fé e diplomacia. De origem polonesa, enfrentou o comunismo com resistência espiritual, sobreviveu a um atentado, aproximou-se dos EUA e defendeu os pobres sem aderir a ideologias. Seu papado consolidou-se pela coragem, diálogo e busca pela paz mundial, mas não foi livre de rusgas e atritos.

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João Paulo I: A brevíssima ponte entre fé e política no Vaticano

O equilíbrio entre a liderança religiosa e a política no Vaticano é complexo, especialmente evidente no Conclave que elegeu João Paulo I, um Papa mais voltado à espiritualidade. Seu breve papado, de apenas 33 dias, gerou suspeitas sobre sua morte súbita e levantou incertezas sobre sua visão política, que parecia continuar a do seu antecessor.

Debates

O Vaticano e a Política da Paz: Da Pacem in Terris à Populorum Progressio

A Guerra Fria moldou relações de poder e destacou a diplomacia do Vaticano, que buscou unir ética e política. O Papa João XXIII e seu sucessor, Paulo VI, enfatizaram a paz e a justiça social, promovendo um papel humanizador da Igreja na política global e defendendo princípios universais, apesar de tensões com regimes autoritários.

Debates

O Estado do Vaticano e a Santa Sé: Distinções Jurídicas e Políticas no Sistema Internacional

O Estado da Cidade do Vaticano e a Santa Sé, apesar de frequentemente confundidos, têm naturezas jurídicas distintas. O Vaticano é o território que assegura a soberania do papado, enquanto a Santa Sé é a autoridade central da Igreja Católica, atuando como um importante ator diplomático e mediador em relações internacionais e conflitos.

Debates

Papa Francisco, capitalismo e movimentos populares

O Papa Francisco se destacou por uma crítica profunda ao sistema capitalista, defendendo não apenas reformas, mas uma verdadeira mudança de sistema. Em encontros com movimentos populares, ele denunciou a lógica do lucro a qualquer custo, que gera exclusão social, destruição ambiental e uma “cultura do descarte”. Francisco propõe uma alternativa baseada nos “três T” – trabalho, teto e terra – e no protagonismo das maiorias excluídas na construção de uma sociedade mais justa. Em vez de ocupar espaços de poder, ele defendeu gerar processos de transformação que priorizem o bem comum, os direitos humanos e a harmonia com a natureza. Inspirado em Francisco de Assis, o Papa rompe com o antropocentrismo e propõe uma economia da fraternidade entre todos os seres. Sua voz se tornou referência ética e política entre os que lutam por dignidade, justiça social e ambiental.

Notícias

Francisco, o papa que confrontou a indiferença

O pontificado de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, primeiro latino-americano e jesuíta a liderar a Igreja Católica, foi marcado por doze anos de reformas institucionais, protagonismo internacional e um estilo pastoral voltado à simplicidade, à paz e à justiça social. Sua atuação destacou-se pela crítica ao neoliberalismo, defesa dos migrantes, apelos à paz global e combate à crise ambiental, notadamente expressos nas encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti. Internamente, promoveu mudanças estruturais, como a reforma da Cúria Romana com a Praedicate Evangelium, ampliou o espaço para leigos e mulheres em posições de liderança e assumiu posição mais inclusiva diante de minorias e dos escândalos de abuso sexual na Igreja. Sua diplomacia de princípios aproximou a Santa Sé do diálogo inter-religioso e das causas sociais contemporâneas. Com sua morte em abril de 2025, após uma última bênção marcada por apelos à paz mundial, a Igreja enfrenta agora o desafio de escolher um sucessor que possa dar continuidade — ou não — a esse legado de abertura e engajamento com os “condenados da terra”.

Debates

Esperanças renovadas para o catolicismo na China através de uma nomeação surpresa

No último dia 9 de julho, após celebrar o Angelus, oração que remete ao momento da Anunciação do Anjo Gabriel a Maria e é realizada dominicalmente na Praça São Pedro, o Papa Francisco anunciou um Consistório para a criação de 21 novos cardeais. A informação da assembleia cardinalícia, que ocorrerá no dia 30 de setembro, chegou como uma considerável surpresa mesmo para os vaticanistas mais atentos. Francisco tem promovido reformas estruturais relevantes em uma Igreja que cada vez tem mais dificuldade em manter sua relevância de outrora, mas poucos poderiam apostar que em uma só tacada o Sul Global viria com tanta força ao Colégio de Cardeais.

Resenhas

Prefácio de “Frei Betto e o Socialismo Pós-Ateísta”

Qual é a função da religião e da religiosidade para a revolução? O quão autêntico, autônomo e inevitável é o papel do ateísmo para o pensamento marxista? De que forma os soviéticos absorveram e, de certa forma, realizaram uma autofagia da relação entre a religião e a luta de classes? Quais pensamentos foram preteridos e obscurecidos nesse processo, e como o pensamento leigo, ateu mas não ateísta, sobreviveu aos anos de glória do ateísmo soviético? A obra de Fábio Régio Bento tenta responder algumas dessas questões, trazendo à luz uma reflexão profunda sobre as novas dúvidas que surgem mesmo das respostas a tais provocações.